Cisto Dentígero (Odontologia)
Cisto Dentígero:

O termo cisto folicular está em desuso por conta de o folículo dentário ser de origem mesodérmica, sendo melhor utilizado para os cistos foliculares do ovário;
- Se origina da separação do folículo dentário da coroa de um dente incluso;
- Tipo de cisto odontogênico de desenvolvimento mais comum;
- Envolve a coroa de um dente incluso e está unido ao dente na junção cemento-esmalte;
- Sua patogênese é incerta, a mais aceita é a que se desenvolva pelo o acúmulo de líquido entre o epitélio reduzido do esmalte e a coroa dentária;
- Apesar de ser considerado de desenvolvimento, alguns autores sugerem que possa ter alguma relação com reações inflamatórias, como uma infecção periapical de um dente decíduo, ou mesmo, em um molar inferior parcialmente erupcionado que desenvolve uma lesão cística inflamatória ao longo da face distal ou vestibular, neste último caso chamado de cisto paradentário;
Características clínicas e radiográficas:
- Embora possa envolver qualquer dente, estão mais relacionados com os molares inferiores, mas caninos superiores, terceiros molares superiores e segundos pré-molares inferiores também podem estar envolvidos;
- Ocasionalmente estão associados aos dentes supranumerários ou odontomas;
- Mais frequente em pacientes entre 10 e 30 anos;
- Ligeira predileção por homens e brancos são mais acometidos do que os negros;
- Quando pequenos, geralmente são assintomáticos e descobertos em radiografias de rotina. Estes cistos podem aumentar de tamanho consideravelmente e estar associados com expansão óssea indolor, provocando assimetria facial;
- Muitas lesões consideradas radiograficamente cistos dentígeros grandes são na verdade ceratocistos ou ameloblastomas;
- Pode ser infectado e causar tumefação e dor;
- Na radiografia apresenta-se como uma lesão radiolúcida unilocular, associada à coroa de um dente incluso. Tem margem bem definida, muitas vezes esclerótica, porém se infectado pode apresentar limites mal definidos;
- Um cisto dentígero grande pode apresentar-se de modo multilocular devido à persistência de trabéculas ósseas na área da lesão (provavelmente não são multiloculares verdadeiras);
Relação cisto-coroa:
Central – O cisto circunda a coroa do dente que está projetada para dentro do cisto (mais comum);
Lateral – Comumente associado com um terceiro molar inferior mesioangular e parcialmente erupcionado;
Circunferencial – Circunda a coroa e se estende um pouco além da junção cemento esmalte, de modo que a raiz parece estar dentro do cisto;
- Pode ocorrer deslocamento dentário por conta do crescimento cístico para cavidade nasal, seio maxilar, para o assoalho da órbita. Raramente um terceiro molar inferior pode ser deslocado para a borda inferior da mandíbula ou superiormente para o ramo ascendente;

- Pode ocorre reabsorção radicular dos dentes adjacentes erupcionados, sendo que este potencial de reabsorção é devido a sua origem a partir do folículo dentário e não da pressão intracistíca;
Cisto dentígero X Folículo dentário dilatado
- Para uma lesão ser considerada cisto, o espaço radiolúcido ao redor da coroa deve ser de pelo menos 3 a 4mm de diâmetro. Entretanto, apenas os critérios radiográficos não suficientes para o diagnóstico de cisto dentígero;
Tratamento e Prognóstico:
- Enucleação e remoção do dente incluso associado;
- Se a erupção do dente for viável, este pode ser mantido e tracionado orto-cirugicamente após a remoção parcial da parede do cisto;
- Cistos dentígeros maiores podem ser tratados com a marsupialização, fazendo com que ocorra uma descompressão e reduzindo o tamanho do defeito ósseo. O cisto pode, então, ser excisado mais tarde, por um procedimento cirúrgico mais conservador;
Prognóstico:
- Excelente e raramente ocorre recidiva;
- A transformação neoplásica em ameloblastoma é rara;
- Carcinomas muco-epidermóides podem se originar de um cisto dentígero (raro).
Cisto de Erupção:
- Análogo do cisto dentígero no tecido mole;
- Resultado da separação do folículo dentário que envolve a coroa de um dente em erupção, dentro dos tecidos moles sobre o osso alveolar;
Características clínicas:
- Tumefação mole, translúcida na mucosa gengival, recobrindo a coroa de um dente decíduo ou permanente em erupção;
- Mais observados em crianças com menos de 10 anos;
- Mais associadas com os primeiros molares permanentes e incisivos superiores;
- Traumatismos podem resultar em sangue no líquido cístico, dando uma cor purpúrea ou castanha (hematoma de erupção);
Tratamento e Prognóstico:
- Pode não ser necessário tratamento, pois normalmente rompe espontaneamente, permitindo a erupção do dente;
- Uma simples excisão no revestimento cístico permite a erupção do dente.
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